Presidente Lula veta isenção de IPI para móveis e eletrodomésticos em áreas atingidas por desastres, Congresso decide futuro do projeto.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva surpreendeu ao vetar integralmente o projeto de lei que concedia isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para móveis e eletrodomésticos da linha branca adquiridos por residentes em áreas afetadas por desastres naturais. O PL 4.731/2023, de autoria das deputadas Maria do Rosário (PT-RS) e Gleisi Hoffmann (PT-PR), apresentado antes das enchentes no Rio Grande do Sul, tinha como principal objetivo auxiliar as vítimas desses eventos catastróficos. O senador Paulo Paim (PT-RS) foi responsável por relatar o texto no Senado.

A Presidência justificou o veto, publicado no Diário Oficial da União desta quinta-feira (5), alegando que a proposta acarretaria em renúncia de receita sem previsão orçamentária ou prazo máximo de validade da isenção por cinco anos, conforme determina a legislação em vigor. Além disso, o governo ressaltou o risco de a isenção não ser repassada aos consumidores, uma vez que o IPI é um tributo cobrado dos fabricantes e fornecedores de mercadorias.

A decisão do presidente, que poderá ser mantida ou derrubada em uma sessão conjunta do Congresso Nacional a ser marcada, gerou divergências entre os parlamentares envolvidos no processo. Enquanto uns defendem a manutenção da isenção como forma de ajudar as comunidades afetadas por desastres naturais, outros concordam com o argumento do governo de que a medida poderia gerar impactos negativos nas contas públicas.

O veto de Lula despertou debates acalorados e colocou em xeque a solidariedade e a capacidade de resiliência do Estado diante de situações de calamidade. Resta aguardar a votação dos senadores e deputados para saber qual será o desfecho dessa proposta controversa.

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