Governo federal expõe imigrantes em situação desumana no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo.

Em pleno Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, uma cena chocante chama a atenção: mais de 650 imigrantes sem autorização para entrar no país estão amontoados em um espaço destinado a apenas 20 pessoas. As condições são precárias, com muitos deles dormindo sem cobertores, utilizando as pias dos banheiros para higiene pessoal e sendo orientados a não irem a lugar algum. Essa realidade desumana expõe o descaso do governo federal em relação aos imigrantes que buscam refúgio no Brasil.

Durante a gestão Lula 3, houve avanços significativos no processamento de pedidos de refúgio, mas atualmente o cenário em Guarulhos é de total abandono por parte das autoridades. Até julho deste ano, o número de solicitantes de refúgio em Guarulhos já ultrapassou em muito o total do ano anterior, com a maioria vindo do Nepal, Vietnã e Índia. Apesar do grande volume de pedidos, a situação indigna em que os imigrantes se encontram não encontra justificativa.

A precariedade no tratamento dos refugiados em Cumbica tem raízes estruturais e jurídicas. A Defensoria Pública da União já havia alertado para as condições insalubres em Guarulhos, inclusive relatando casos de infestação de pulgas, surto de sarna e até mesmo morte de um migrante de Gana. Além disso, o Ministério da Justiça implementou uma nova regra que dificulta o processo de documentação dos solicitantes de refúgio, retardando ainda mais a regularização da situação dessas pessoas.

É urgente que o Brasil trate os refugiados com dignidade e respeito, sem distinção de cor, classe ou origem. A situação em Guarulhos é um reflexo do descaso do poder público e da falta de políticas eficazes para lidar com a questão migratória. É preciso que haja uma mudança significativa nesse cenário para garantir o respeito aos direitos humanos e a dignidade daqueles que buscam refúgio em nosso país.

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