Distritos policiais das periferias de SP registram mais queixas de roubo do que furto, aponta levantamento inédito

Nos primeiros sete meses deste ano, os distritos policiais localizados nas periferias das zonas leste e sul de São Paulo registraram um número maior de queixas de roubo do que de furtos, uma situação diferente do observado no restante do estado e na própria capital. De acordo com os dados da Secretaria da Segurança Pública, o roubo, que envolve o uso de armas ou agressão, superou o furto nessas regiões.

O 47º DP (Capão Redondo), localizado na zona sul, lidera a lista com 2.501 ocorrências de roubo contra 1.734 de furto. Da mesma forma, o 37° DP (Campo Limpo), também na zona sul, registrou 2.218 queixas de roubo e 2.046 de furto. Já na zona leste, o 44° DP (Guaianases) contabilizou 1.097 boletins de ocorrência de roubo e 917 de furto.

Essa inversão nos números de crimes, segundo especialistas em segurança, pode estar relacionada à falta de confiança da população nas ações policiais nas regiões periféricas. Além disso, o aumento do efetivo policial no centro da cidade pode ter deixado as áreas da periferia mais vulneráveis, contribuindo para esse cenário.

Para Rafael Alcadipani, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a subnotificação dos casos de roubo sem violência nessas regiões pode ocorrer devido à baixa efetividade das medidas policiais. Já Rafael Rocha, do Instituto Sou da Paz, destacou a importância de melhorias na zeladoria desses bairros, como iluminação e eficiência no policiamento.

A Secretaria da Segurança Pública ressaltou que as características populacionais, sazonais e geográficas de cada região impactam nos indicadores criminais, e que a pasta está empenhada em implementar políticas públicas de enfrentamento ao crime. A gestão estadual afirmou que houve uma redução de 13,1% nos roubos e 3,7% nos furtos nos primeiros sete meses do ano em comparação com 2023, destacando o trabalho estratégico da Polícia Militar para garantir a segurança em todas as áreas da cidade.

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