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Comissão de Constituição e Justiça aprova projeto que reserva vagas para mulheres vítimas de violência doméstica em empresas públicas

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal aprovou, nesta quarta-feira (4), o projeto de lei 3.595/2019, que tem como objetivo reservar pelo menos 5% das vagas nas empresas prestadoras de serviços ao governo federal para mulheres vítimas de violência doméstica ou em situação de vulnerabilidade social. O texto, de autoria do senador Flavio Arns (PSB-PR), contou com um substitutivo da senadora Zenaide Maia (PSD-RN) e agora aguarda votação em turno suplementar na mesma comissão.

De acordo com a proposta, que modifica a Nova Lei de Licitações (Lei 14.133/2021), a cota de 5% será aplicada em contratos com a administração direta, autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista controladas pela União. O edital de licitação deverá prever a reserva de vagas durante todo o período de execução do contrato, garantindo assim oportunidades de emprego para as mulheres beneficiadas.

O projeto determina que o poder público mantenha um cadastro sigiloso das vítimas de violência, e proíbe qualquer tipo de discriminação no ambiente de trabalho. Para a senadora Zenaide Maia, a iniciativa poderá não apenas proporcionar maior independência financeira para essas mulheres a longo prazo, mas também contribuir para o afastamento definitivo dos agressores, prevenindo novos casos de violência.

A senadora Augusta Brito (PT-CE) também expressou seu apoio ao projeto, enfatizando que o PL 3.595/2019 pode auxiliar as vítimas a romperem o ciclo de violência. Segundo ela, no estado do Ceará, muitas mulheres acabam voltando a viver com seus agressores devido à dependência financeira.

A expectativa é de que a proposta seja aprovada em todas as instâncias necessárias para que as medidas de proteção e inserção no mercado de trabalho das mulheres em situação de vulnerabilidade sejam efetivamente implementadas. A iniciativa visa não apenas garantir o direito ao trabalho e à renda para essas mulheres, mas também contribuir para uma vida mais digna e segura para elas e seus dependentes.

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