De acordo com o procurador-geral Tarek Saab, o mandado de prisão foi compartilhado com a agência Reuters por meio do aplicativo Telegram. A contagem oficial realizada pelo Conselho Eleitoral Nacional da Venezuela e seu tribunal superior apontou Maduro como o vencedor da eleição, enquanto a oposição, apoiada por algumas nações ocidentais e órgãos internacionais, defende a vitória de González e exige transparência nos resultados.
A oposição divulgou o que afirma serem cópias de mais de 80% dos resultados das urnas em um site público, mas o conselho eleitoral alega que um ataque cibernético durante a eleição impediu a divulgação dos resultados completos. Além disso, o procurador-geral Tarek Saab também iniciou investigações criminais contra a líder da oposição María Corina Machado e contra o site de contagem de votos da oposição.
Os protestos que se seguiram à eleição resultaram em, pelo menos, 27 mortes e cerca de 2.400 prisões. O promotor Luis Ernesto Duenez especificou as acusações contra González, que incluem usurpação de funções, falsificação de documentos públicos, instigação à desobediência da lei, conspiração e associação contra o Estado venezuelano.
A defesa de González afirmou estar aguardando qualquer notificação sobre o mandado, mas se recusou a comentar mais sobre o assunto. Segundo advogados consultados pela Reuters, a lei venezuelana não permite que pessoas com mais de 70 anos cumpram penas em prisões, exigindo prisão domiciliar, fato que pode beneficiar González, que completou 75 anos. A situação política na Venezuela permanece tensa, com a oposição enfrentando pressão e acusações do governo de Maduro.