Mesmo tendo ficado em quarto lugar na classificação geral, Lorena tinha preferência no processo seletivo devido à política de cotas. No entanto, uma liminar foi concedida à candidata classificada em primeiro lugar na ampla concorrência, determinando que ela fosse convocada para assumir a vaga disputada.
A juíza Arali Maciel Duarte, responsável pela decisão judicial, destacou que a política de cotas não poderia suprimir a classificação alcançada pela candidata aprovada em primeiro lugar na ampla concorrência. Dessa forma, a liminar determinou que Carolina Cincurá fosse convocada para assumir a vaga em questão.
A Ufba confirmou que Lorena Figueiredo, autodeclarada negra, foi a primeira colocada para a vaga em otorrinolaringologia, mas não foi nomeada devido à decisão judicial. A universidade ressaltou que cumpriu a determinação sem ter sido intimada a se manifestar.
Lorena Figueiredo se manifestou, alegando que a decisão viola uma política pública de combate às desigualdades do país e enfatizou a importância de debater sobre o assunto, mesmo que seja doloroso. Ela questionou a presença de médicos negros nos consultórios e destacou a violação da Lei de Cotas nesse caso específico.
Carolina Cincurá, por sua vez, não quis se manifestar sobre o caso. O concurso para professores do magistério superior da Ufba ofereceu 30 vagas em diversas áreas do conhecimento, sendo 22 para ampla concorrência, 6 para candidatos autodeclarados negros e 2 para pessoas com deficiência.
Desde 2018, a Ufba cumpre a Lei de Cotas considerando a totalidade das vagas do edital, sem divisões entre especialidades. A universidade defende esse modelo como coerente para garantir a inclusão por meio de políticas afirmativas.