Número de brasileiros com vigilância particular por policiais de folga ultrapassa os 30 milhões, aponta pesquisa Datafolha.

O Brasil enfrenta um cenário preocupante com relação ao serviço de vigilância particular prestado por policiais de folga, que é proibido na maioria dos estados. De acordo com uma pesquisa encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e pela imprensa nacional, aproximadamente 18% da população brasileira, o que equivale a mais de 30 milhões de pessoas, está diretamente envolvida nesse tipo de atividade.

Os dados foram obtidos por meio de entrevistas com 2.508 pessoas em todas as regiões do país, com margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos. A pesquisa revelou que a prática de vigilância particular feita por policiais de folga é mais comum nas regiões metropolitanas, especialmente em cidades com mais de 200 mil habitantes, representando 21% dos casos. No interior, esse índice é de 16%.

Além disso, a presença desse serviço ilegal de segurança está relacionada a um aumento na ocorrência de violência policial nos bairros. De acordo com os entrevistados, 19% daqueles que vivem em áreas com vigilância particular por policiais afirmaram ter presenciado abordagens violentas nos últimos meses, enquanto entre os que não têm essa vigilância no bairro o índice é de 14%.

Um estudo realizado por um pesquisador do Fórum Brasileiro de Segurança Pública revelou que aproximadamente 600 mil seguranças privados atuam de forma clandestina, sem a supervisão da Polícia Federal, o que representa um número maior do que o total de profissionais de todas as forças de segurança pública do país somados.

Essa prática ilegal traz preocupações em relação à saúde mental dos policiais, que estão expostos a riscos adicionais ao trabalharem como vigilantes particulares, sem o apoio e os recursos adequados. Isso pode resultar em um aumento nas taxas de vitimização por suicídio entre os policiais, sendo esta a principal causa de morte da categoria em determinados períodos.

Diante desse cenário alarmante, é fundamental que medidas eficazes sejam adotadas para coibir e regularizar o serviço de vigilância particular e garantir a segurança e integridade tanto dos policiais quanto da população em geral. A atuação conjunta das autoridades competentes e da sociedade civil é essencial para combater essa prática ilegal e promover um ambiente mais seguro para todos os cidadãos brasileiros.

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