O principal fator apontado como causador desse declínio na produção é a diminuição na quantidade e frequência de chuvas, superando até mesmo o aumento das temperaturas. A pesquisa utilizou técnicas de modelagem agroclimática, analisando dados climáticos históricos e fazendo simulações para prever os impactos nas lavouras de cana-de-açúcar na região Centro-Sul do Brasil.
Essa região abrange estados como São Paulo, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, que são responsáveis por 90% da produção nacional de cana-de-açúcar. O estudo se baseou em dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e utilizou o modelo Crop Assessment Tool, desenvolvido pelo CNPEM, para entender como as mudanças climáticas afetariam a produtividade das lavouras.
A diminuição na produção já está sendo sentida e pode se agravar nos próximos anos, alerta a pesquisa. Estima-se que a safra de 2024/2025 possa sofrer uma redução de 3,8%, devido aos baixos índices pluviométricos e às altas temperaturas na região Centro-Sul. O engenheiro agrícola Gabriel Petrielli, principal participante do estudo, destaca que isso poderá resultar em uma queda significativa nas receitas do setor, podendo causar perdas de milhões de dólares anualmente.
Portanto, medidas de mitigação dos impactos ambientais e adaptação às mudanças climáticas são necessárias para garantir a sustentabilidade da produção de cana-de-açúcar e do setor de biocombustíveis no Brasil. O alerta está dado e cabe aos responsáveis agirem de forma consciente e preventiva para enfrentar os desafios que se apresentam no horizonte.
