Diante da minha angústia, meu marido me acolheu com um abraço reconfortante. Ele compreendeu minha fragilidade e sugeriu que poderíamos assistir aos shows de casa, desfrutar da cerveja gelada na geladeira e pedir uma pizza. Essa cena se repetia com frequência nos primeiros anos do diagnóstico da Síndrome do Pânico, quando eu ainda não era capaz de identificar os sinais de uma crise iminente.
Recordo-me de momentos difíceis, como o dia em que precisei me deitar no chão frio do banheiro de um aeroporto, aguardando o remédio fazer efeito para aliviar a sensação de quase morte. Nessas ocasiões, muitas vezes optava por permanecer em casa, evitando situações que desencadeassem meu sofrimento.
Além da Síndrome do Pânico, a depressão também fazia parte do meu cotidiano, trazendo um vazio emocional e a falta de disposição para interagir. No entanto, mesmo nos momentos em que me sentia incapaz de retribuir, recebi apoio, empatia, carinho e amor daqueles que estavam ao meu lado.
A jornada de enfrentar doenças psicológicas não é simples, mas o primeiro passo é aceitar e acreditar no sofrimento do outro. A depressão não é frescura, preguiça, falta de fé ou falta de ocupação. É uma condição que demanda compreensão, paciência e acolhimento, longe de soluções mágicas ou paliativas.
Meu marido, meus pais e amigos próximos foram fundamentais em minha trajetória de superação. Eles não tentaram apressar a minha recuperação ou minimizar a gravidade da minha condição. Em vez disso, estenderam a mão constantemente, oferecendo apoio, presença e compreensão.
A convivência com a depressão e o pânico exige sensibilidade e empatia. Oferecer suporte, dialogar sobre os tratamentos e mostrar interesse no bem-estar do outro são atitudes essenciais para auxiliar na jornada de cura. O Setembro Amarelo, campanha de prevenção ao suicídio, é uma oportunidade de conscientização e solidariedade para aqueles que enfrentam desafios emocionais.
Portanto, diante do sofrimento alheio, esteja disponível, ofereça apoio e acolhimento. Pequenos gestos de carinho, presença e compaixão podem fazer toda a diferença na vida de alguém que luta contra doenças psicológicas. A união e o amor são as maiores ferramentas para superar os desafios da mente e do coração.