Durante a audiência virtual, Queiroz revelou que se sentiu pressionado a não desistir de participar do crime por medo de retaliação, tanto de Lessa quanto de outras pessoas que ele acreditava estarem envolvidas. “Ele foi desleal comigo, me enganou e usou outras pessoas. Quando me vi nessa situação, não pude mais recuar, por questões de segurança pessoal”, afirmou o ex-PM.
O depoimento de Queiroz ocorre no âmbito da ação penal em que os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão são acusados de serem os mandantes do crime, juntamente com o ex-chefe da Polícia Civil Rivaldo Barbosa e dois policiais militares supostamente envolvidos no planejamento do assassinato.
Élcio revelou que tomou conhecimento do envolvimento de Lessa em um possível homicídio durante as festividades de Réveillon de 2017/2018, porém, na época, não foram indicados detalhes sobre o alvo do crime.
O ex-PM também contou que recebeu uma mensagem de Lessa no dia do assassinato, na qual o ex-colega pedia para que ele dirigisse o carro. Uma foto do convite para o evento em que Marielle estaria presente foi anexada à mensagem, o que fez Elecio perceber que estava envolvido em um crime.
Além disso, Queiroz destacou que temia até mesmo pela sua própria vida, já que não descartava a possibilidade de Lessa matá-lo caso desistisse de participar do crime. A relação entre os dois era marcada por desconfiança, especialmente quando Lessa afirmou ter sido extorquido por policiais da Delegacia de Homicídios durante as investigações do caso.
Em relação à arma utilizada no crime, Queiroz revelou que Lessa afirmava ter descartado as evidências no mar após serrar a submetralhadora utilizada. Por outro lado, Lessa afirmava que teria devolvido a arma aos mandantes do crime, mostrando assim inconsistências nas versões apresentadas até então.
Após o homicídio de Marielle Franco, Queiroz observou um aumento patrimonial em Lessa, o que gerou desconfiança sobre os reais motivos por trás do crime. Outro ponto levantado pelo ex-PM foi a falta de transparência de Lessa em relação às atividades realizadas, o que reforça a complexidade e a obscuridade que envolve o caso.
O depoimento de Élcio Queiroz revelou detalhes perturbadores sobre os bastidores do assassinato de Marielle Franco, reforçando a necessidade de uma investigação minuciosa para esclarecer todos os pontos obscuros e garantir a justiça para a vereadora e sua família.