Os fazendeiros, que são produtores de soja e milho, abriram fogo por volta das 23h do dia anterior e continuaram disparando ao longo da madrugada. O Cimi relatou que os atiradores utilizaram uma tática semelhante à caça de javalis, com armas que geram estilhaços atingindo tudo ao redor. Jovens indígenas avá guarani conseguiram transmitir ao vivo o ataque, registrando os disparos, gritos e a presença das caminhonetes dos agressores.
A tensão na região não é recente e está ligada ao processo de demarcação do território, que foi interrompido por decisões judiciais e políticas. A anulação da tese do marco temporal, que garantiria aos indígenas o direito a territórios ocupados antes de 1988, não se concretizou, levando a conflitos como o ocorrido na Terra Indígena Tekoha Guasu Guavira.
Lideranças indígenas também têm sido criminalizadas e acusadas de invasão de propriedade privada, enquanto a Funai e agentes de segurança têm se mantido alerta aos conflitos na região. O missionário Roberto Liegbott aponta para a falta de ação das forças de segurança durante o ataque, levantando preocupações sobre as informações disponíveis e a ausência de medidas efetivas para proteger os indígenas.
A situação na Terra Indígena Tekoha Guasu Guavira é delicada e exige uma resposta urgente das autoridades competentes. O Ministério da Justiça e Segurança Pública, a Secretaria de Segurança Pública do Paraná e a Polícia Federal foram contatados pela imprensa e espera-se um posicionamento sobre as medidas que serão tomadas para garantir a segurança e a integridade dos indígenas avá guarani diante desse cenário de violência e conflito.