Iracema de Almeida, nascida em 1921 e falecida em 2004, era uma das primeiras mulheres negras formadas em Medicina no Brasil. Além disso, ela se destacou por trazer à tona a questão da anemia falciforme, uma doença predominante entre a população negra, mas pouco reconhecida na época. Seu empenho em estudar e divulgar a doença foi fundamental para o conhecimento e tratamento da mesma.
Apesar dos feitos e da importância de Iracema de Almeida, sua história é pouco conhecida atualmente. Por ser de uma geração mais velha do que os líderes do Movimento Negro Unificado (MNU), que é mais lembrado na mobilização negra dos anos 1970, e também por questões de machismo dentro do próprio movimento negro, sua memória foi apagada ao longo dos anos.
O GTPLUN, do qual Iracema fez parte, adotou uma postura de alinhamento ao regime militar, o que gerou controvérsias e contribuiu para o ostracismo do grupo e, consequentemente, de sua líder. Estudos mais aprofundados sobre a vida e os feitos de Iracema de Almeida são necessários para resgatar sua importância na luta pela profissionalização do negro no Brasil e na conscientização sobre a anemia falciforme.
Portanto, é crucial relembrar e reconhecer a trajetória de Iracema de Almeida, uma pioneira na luta pela igualdade racial e na promoção da saúde da população negra, que enfrentou desafios e contribuiu significativamente para a sociedade brasileira.