Brasil: o impacto do desmatamento na crise climática global e a urgência de ações de mitigação e adaptação.

Em meio à imagem de país biodiverso e integrado à natureza, o Brasil enfrenta a realidade da responsabilidade nas mudanças climáticas. De acordo com dados recentes, o país se destaca como o quinto maior emissor de gases de efeito estufa em todo o mundo, com uma contribuição significativa vinda da mudança de uso do solo, que muitas vezes envolve o desmatamento para dar lugar a atividades como agropecuária, mineração e urbanização.

Uma análise do Observatório do Clima, agregada pelo Pacto Nacional pelo Combate às Desigualdades, aponta um aumento nas emissões de CO2 per capita por mudança de uso da terra entre 2019 e 2022. As regiões Norte e Centro-Oeste respondem por mais de 80% dessas emissões, refletindo a expansão das atividades agropecuárias e extrativistas, como a mineração.

Alertas de desmatamento também chamam atenção para a expansão dessas práticas. A área de alertas atingiu seu pico em 2022, com um total equivalente a 3,6 vezes o Distrito Federal. Apesar de uma reversão na tendência de aumento nos últimos anos, principalmente devido ao retorno das ações de fiscalização, ainda há preocupação com a concentração territorial, com a região Nordeste superando as regiões Norte e Centro-Oeste.

Por outro lado, a pressão sobre a Caatinga aumenta, já que se trata do bioma mais suscetível às mudanças climáticas, com um processo de desertificação acelerado. O país também enfrenta desafios relacionados às queimadas, com registros recentes de céus cobertos de fuligem e um aumento no número de incêndios no Cerrado, contribuindo para a degradação ambiental e problemas de saúde pública.

Diante desse cenário, torna-se urgente ações de adaptação e mitigação às mudanças climáticas. Além disso, é importante avaliar se tais ações estão contribuindo para diminuir as desigualdades sociais ou se estão aprofundando questões como o racismo ambiental. Ainda há muito a ser feito para enfrentar os impactos das décadas de emissões e promover uma transição para um modelo mais sustentável e equitativo.

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