Facção criminosa PCC estaria envolvida no envio de celulares roubados para países africanos, aponta inteligência da Polícia Militar

A cidade de São Paulo tem enfrentado um problema crescente em relação ao roubo de celulares, especialmente na região central, onde os aparelhos roubados acabam chegando. De acordo com informações da Polícia Militar, os celulares roubados na cidade estariam sendo enviados para países africanos, com o auxílio da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).

O coronel Pedro Luís Souza Lopes, comandante do Centro de Inteligência da Polícia Militar, afirmou em entrevista à imprensa que, embora os membros da facção não estejam diretamente envolvidos nos roubos, eles estariam operacionalizando o envio dos aparelhos para o exterior como uma forma de obter lucros alternativos. O PCC tem no tráfico de drogas sua principal fonte de renda, mas estaria buscando diversificar suas atividades, de acordo com o monitoramento da polícia.

Durante um evento sobre segurança pública, o coronel destacou a importância do uso intensivo da tecnologia para combater os crimes que afetam a população da capital paulista. Além disso, dados da Secretaria da Segurança Pública mostram que o número de celulares roubados ou furtados tem diminuído em comparação com o ano anterior, mas a problemática persiste.

Investigações apontam que os celulares roubados que permanecem no país acabam sendo comercializados em locais específicos, como a rua Santa Ifigênia, conhecida pelo comércio de eletrônicos. O PCC estaria controlando parte desse ecossistema na região da cracolândia e da favela do Moinho, onde técnicos especializados atuam na desmontagem dos aparelhos para venda de peças avulsas.

Os investigadores identificaram que os receptadores chegam a pagar entre R$ 200 e R$ 500 por cada celular roubado, o que permite a montagem de novos aparelhos com peças originais a preços mais acessíveis. Para o Ministério Público, essa seria uma das estratégias mais lucrativas adotadas pela facção criminosa, que estaria envolvida também em atividades de lavagem de dinheiro.

Diante desse cenário, a polícia tem intensificado esforços para investigar e desarticular as redes de receptação e comercialização ilegal de celulares roubados, visando garantir a segurança da população e reduzir a ação criminosa na cidade de São Paulo.

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