Verticalização urbana em alta: construtoras aceleram demolições de casas para dar lugar a prédios de apartamentos em São Paulo.

Nos últimos anos, a rápida verticalização das cidades tem sido um fenômeno que chama a atenção. Em um curto espaço de tempo, antigas casas se transformam em prédios de apartamentos, bairros inteiros são demolidos para dar lugar a edifícios altos. Por trás desse cenário de transformações estão dezenas, ou até centenas, de construtoras que aproveitam o bom momento econômico para explorar o mercado imobiliário.

Um dos protagonistas desse movimento é André Fakiani, CEO da Global Realty Brasil, uma empresa nacional com diversos projetos de construção de prédios residenciais em andamento. Fakiani lidera a empreitada que envolve a construção de um novo edifício na rua Melo Alves, nos Jardins, região nobre da cidade. O projeto, no entanto, tem gerado polêmica devido à possibilidade de demolir um estabelecimento histórico, o bar Balcão.

Em entrevista, Fakiani garantiu que o bar será preservado no mesmo local e até poderá ser ampliado. Ele ressaltou que a proprietária do imóvel exigiu a preservação do bar durante as negociações. Porém, um dos donos do Balcão, Francisco Millan, expressou preocupações com a possível ampliação, alertando para os impactos financeiros que a interdição do estabelecimento poderia causar.

O caso do bar Balcão não é único, pois a verticalização da cidade tem se dado em diversas áreas ocupadas por residências tradicionais, ameaçando patrimônios históricos. Fakiani mencionou que o mercado busca atender à demanda por apartamentos compactos, especialmente nas regiões centrais da cidade, mesmo que isso signifique uma perda de qualidade de vida para os moradores.

O empresário reconhece a excessiva verticalização da cidade e a falta de planejamento urbano, atribuindo ao mercado a aceleração do número de novas construções. Enquanto os apartamentos populares e de luxo têm boa demanda, os imóveis intermediários destinados à classe média enfrentam dificuldades. No entanto, o mercado imobiliário se mantém aquecido, com os empreiteiros comemorando as vendas bem-sucedidas.

O debate sobre a verticalização das cidades e a preservação do patrimônio histórico permanece vivo, com empresários como Fakiani tentando equilibrar o desenvolvimento urbano com a responsabilidade de manter a identidade e a memória das cidades.

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