Um dos grupos mais afetados é o de intermediários para fertilizantes, que teve uma utilização de apenas 58%, nove pontos percentuais abaixo do ano anterior, devido à hibernação das plantas de fertilizantes da Unigel. A diretora de Economia e Estatística da Abiquim, Fátima Giovanna Coviello Ferreira, destacou que o surto de importações de países asiáticos tem agravado a situação da indústria química brasileira.
Esse aumento nas importações foi evidenciado pelo crescimento de 21% no volume importado de produtos químicos, exceto intermediários para fertilizantes. Além disso, os preços dos produtos estrangeiros tiveram uma queda média de 9%. Enquanto as importações aumentam, as exportações da indústria química brasileira diminuíram 27,5% no primeiro semestre de 2024 em relação ao mesmo período do ano anterior.
Apesar de um ligeiro crescimento no consumo aparente de produtos químicos e nas vendas internas, a situação atual do setor é considerada crítica pela Abiquim. Os preços dos produtos químicos no mercado doméstico aumentaram e a indústria enfrenta dificuldades para competir no mercado internacional.
Um dos maiores desafios enfrentados pela indústria química brasileira é o alto preço do gás natural, utilizado como matéria-prima e fonte de energia. A Abiquim destaca que o país paga muito mais pelo gás em comparação com outros países como os Estados Unidos e a Europa. A entidade está buscando soluções para aumentar o suprimento de gás no mercado nacional e reduzir os preços do insumo.
Em meio a esses desafios, a Abiquim defende a elevação do imposto de importação para 63 produtos químicos como uma medida emergencial para equilibrar as condições de produção no Brasil em relação aos concorrentes asiáticos. A indústria química brasileira enfrenta um cenário difícil, mas busca alternativas para superar os desafios e manter sua competitividade no mercado global.