Projeto de regulamentação de cigarros eletrônicos é retirado da pauta da CAE a pedido do relator Eduardo Gomes

O senador Eduardo Gomes (PL-TO) solicitou a retirada do projeto (PL 5.008/2023) que visa regulamentar a produção e comercialização de cigarros eletrônicos no Brasil da pauta da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). A votação do projeto estava prevista para esta terça-feira (20), mas foi adiada e deverá acontecer no dia 3 de setembro em uma reunião presencial. O relator do projeto, Eduardo Gomes, expressou sua decepção com a quebra do acordo para análise do texto, atribuindo-a a disputas eleitorais municipais e ideológicas que “contaminaram o debate”.

A discussão sobre a regulamentação dos cigarros eletrônicos tem sido intensa devido ao aumento expressivo da comercialização e consumo desses dispositivos no Brasil. O relator enfatizou a necessidade de o Senado posicionar-se sobre o assunto, destacando que a realidade brasileira exige uma definição clara sobre a questão. O presidente da CAE, senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO), que tem sido alvo de críticas por pautar o projeto, defendeu sua atuação e afirmou que todas as decisões são tomadas em acordo com os membros da comissão.

Contudo, alguns senadores da CAE demonstraram solidariedade a Vanderlan e elogiaram sua postura democrática e condizente com os acordos estabelecidos. Ao mesmo tempo, manifestaram voto contrário ao projeto, alegando que a sua aprovação não resolverá os problemas relacionados à clandestinidade e contrabando dos cigarros eletrônicos. Além disso, alertaram para os possíveis impactos negativos da regulamentação, como o aumento da pressão sobre o SUS e a perda de produtividade econômica.

O senador Eduardo Girão (Novo-CE) foi apontado como responsável pela quebra do acordo e defendeu a necessidade de uma análise presencial da matéria. Ele apresentou uma carta aberta assinada por 80 entidades médicas contrárias ao projeto, que reiteraram sua posição contrária à mudança na regulamentação dos dispositivos eletrônicos para fumar. O projeto prevê regras rígidas, como a proibição do consumo em locais fechados e a penalização da venda para menores de 18 anos, com multas que variam de R$ 20 mil a R$ 10 milhões e possibilidade de detenção.

A discussão sobre a regulamentação dos cigarros eletrônicos continua gerando controvérsias e promete ser um tema de relevância nas próximas sessões da CAE. A decisão final sobre o projeto terá um impacto significativo na saúde pública e na economia do país.

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