De acordo com o documento redigido pelo Centro de Estudos sobre Tabaco e Saúde (Cetab/Ensp/Fiocruz), a Fiocruz está alinhada com a Resolução RDC 855/2024 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que proíbe a comercialização, fabricação, importação e publicidade dos DEF no país. Além disso, a instituição afirma concordar com as diretrizes da Organização Mundial da Saúde, do Instituto Nacional de Câncer (INCA) e de entidades da sociedade civil, como a Associação Médica Brasileira (AMB) e a ACT Promoção da Saúde, que alertam sobre os riscos associados ao uso desses dispositivos.
Um dos pontos destacados no comunicado é o alerta emitido pela OMS em 2023, que aborda os efeitos adversos dos cigarros eletrônicos para a saúde pública, destacando danos respiratórios, cardiovasculares e potenciais efeitos neurotóxicos. A Fiocruz também critica as estratégias de marketing adotadas pelos fabricantes de DEF, que, segundo a instituição, têm como objetivo atrair o público jovem, mesmo alegando que seus produtos são direcionados apenas para fumantes adultos.
Na carta enviada ao Senado, a Fiocruz ressalta que os DEF aumentam o risco de dependência à nicotina e expõem os consumidores a substâncias carcinogênicas, como nitrosaminas, formaldeído, acetaldeído, amônia, benzeno e metais pesados. Além disso, esses dispositivos contêm solventes e aromatizantes que podem atrair especificamente crianças e adolescentes, levando-os a uma dependência precoce de nicotina.
Portanto, a Fiocruz reforça sua posição contrária à liberação dos cigarros eletrônicos no Brasil, em consonância com as recomendações de órgãos de saúde nacionais e internacionais, visando proteger a população, em especial os mais jovens, dos potenciais riscos à saúde associados ao uso desses dispositivos eletrônicos para fumar.