Para alguns adeptos da fé evangélica, as músicas de louvor são exclusivas para o ambiente religioso e não devem se misturar com outros gêneros musicais. No entanto, há também aqueles que aprovam a quebra dessas barreiras, como uma fiel que se emocionou com a escolha de Caetano. Nesse sentido, o debate sobre a rigidez das demarcações culturais propostas pelo segmento evangélico se torna relevante.
Como evangélico, a inclusão da música de Caetano Veloso em seu repertório não apenas foi uma surpresa, mas também uma oportunidade de reflexão sobre a diversidade cultural e o sagrado presente em diferentes manifestações artísticas. A ideia de que um evangélico deva se limitar apenas a ouvir e cantar louvores no seu dia a dia é questionada, e a importância de apreciar os diversos dons e expressões artísticas é ressaltada.
O diálogo entre diferentes esferas culturais, como a música gospel e a música popular, é encorajado como forma de enriquecer a percepção dos religiosos sobre a vida. Utilizar trechos de músicas de artistas como Caetano Veloso em sermões, por exemplo, demonstra a interconexão entre as diferentes manifestações artísticas e a espiritualidade. O discernimento do que é bom e edificante, conforme a orientação do apóstolo Paulo, se torna essencial nesse contexto de diversidade musical.
Assim, a quebra de paradigmas e a abertura para a multiplicidade cultural se mostram como caminhos para uma vivência mais ampla e enriquecedora da fé evangélica, possibilitando um diálogo profícuo entre a religião e a cultura contemporânea. A música, como forma de expressão e manifestação do sagrado, transcende fronteiras e convida os fiéis a uma reflexão mais profunda sobre a diversidade e a beleza da criação artística.