Essas instituições são extremamente fechadas, visando garantir um lugar no círculo social privilegiado para seus filhos. O objetivo é que eles sigam os passos dos pais, frequentando os mesmos ambientes, casando com pessoas da mesma classe social e se tornando líderes empresariais. O foco não está em formar cidadãos, mas sim em perpetuar o status quo das famílias abastadas.
Para muitas famílias, a matrícula em uma escola particular de renome é vista como um investimento no futuro dos filhos, como um retorno de investimento garantido. No entanto, a entrada de crianças de diferentes origens, através de cotas e programas sociais, desafia a ideia de exclusividade dessas escolas, que funcionam como verdadeiros condomínios sociais.
Embora a inclusão seja um passo importante, a verdadeira questão está na permanência desses alunos nesses ambientes hostis. Muitas vezes, o acolhimento inicial se transforma em discriminação e exclusão, reforçando as desigualdades sociais e raciais presentes na sociedade.
É fundamental que haja um acompanhamento constante desses estudantes, desde a entrada até a conclusão de seus estudos, para garantir que eles realmente façam parte da comunidade escolar e não sejam apenas uma cota de diversidade. A reflexão sobre as questões sociorraciais dentro dessas escolas é crucial para evitar tragédias como o recente suicídio de um aluno em uma escola renomada.
A verdadeira inclusão só será alcançada com mudanças estruturais e radicais nessas instituições, desde a contratação de funcionários até a formação dos professores. Somente assim poderemos construir um ambiente educacional verdadeiramente inclusivo e igualitário, capaz de promover a diversidade e a convivência harmoniosa entre estudantes de diferentes origens e classes sociais.