Procura por financiamento no Brasil registra queda de 18% no primeiro semestre de 2024, aponta Índice Neurotech de Demanda por Crédito

A procura por financiamento no Brasil encerrou o primeiro semestre de 2024 com uma queda acentuada, de acordo com dados do Índice Neurotech de Demanda por Crédito (INDC). Entre janeiro e junho deste ano, o índice registrou uma diminuição de 18%, superando a queda observada no mesmo período de 2023, que foi de 15%.

No mês de junho, o indicador sofreu uma deterioração em relação a maio, apresentando uma queda de 1%. Esse declínio mensal foi impulsionado principalmente pelo segmento de bancos e financeiras, que registrou uma redução de 10%. Por outro lado, os setores de varejo e serviços apresentaram altas de 10% e 1%, respectivamente, na comparação mensal.

A perspectiva da Neurotech é de que esse cenário negativo em relação à demanda por crédito não deve se alterar no curto prazo, devido aos níveis elevados da taxa básica de juros. Atualmente, a Selic está em 10,50% ao ano e as expectativas indicam um possível aumento ao longo de 2024, diante do avanço das expectativas de inflação e da própria inflação no país.

Desde o início do ano, o INDC vem apresentando quedas de dois dígitos na comparação anual. Em junho, a queda em relação ao mesmo mês de 2023 foi de 18%. Os setores financeiro e varejista foram os mais afetados, com reduções de 22% e 21%, respectivamente. Por outro lado, a demanda por crédito no setor de serviços registrou um aumento de 30%.

No acumulado do primeiro semestre, o INDC do varejo caiu 30%, enquanto a procura por financiamentos em bancos e financeiras apresentou uma queda de 14%. Mais uma vez, os serviços se destacaram com um aumento de 18% na demanda por crédito.

A líder da Business Unit de Dados & Analytics para Crédito da Neurotech, Natália Heimann, destaca que a procura por financiamentos tem apresentado quedas consistentes desde agosto de 2022, com exceção de apenas dois meses. A expectativa é de que esse cenário se mantenha nos próximos meses, especialmente devido à continuidade da manutenção da Selic em patamares elevados.

No segmento varejista, os supermercados foram os únicos a registrar uma alta no primeiro semestre, enquanto categorias como lojas de departamento, vestuário, eletromóveis e outros apresentaram quedas expressivas. Heimann ressalta que a tendência de queda nas buscas por crédito reflete a situação financeira dos brasileiros, que têm priorizado gastos essenciais em meio a um cenário econômico desafiador. A Neurotech não prevê uma reversão significativa desse cenário nos próximos meses, considerando o atual contexto de juros elevados.

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