A presença de grupos neonazistas disseminando ódio e crimes de ódio em Santa Catarina foi destacada por Ashwini K. P. em sua declaração final. Ela também ressaltou preocupação com relatos de islamofobia direcionados a migrantes, incluindo pessoas refugiadas e solicitantes de asilo, na região. Segundo a relatora, Santa Catarina não trata o discurso de ódio e o racismo da mesma forma que outros estados brasileiros, faltando ações afirmativas e políticas antirracistas e antinazistas.
Os dados da Polícia Civil de Santa Catarina revelam que nos últimos dois anos 54 pessoas foram investigadas por neonazismo, com 21 delas sendo do estado. Foram realizadas 14 operações, resultando em 19 prisões e 30 indiciamentos. O delegado-geral da Polícia Civil destacou a atuação da delegacia especializada em crimes de intolerância como fundamental para descobrir mais casos.
Ashwini K. P. demonstrou preocupação com o alto nível de ameaça contra defensores dos direitos humanos no Brasil, assim como o racismo religioso contra seguidores de religiões de matriz africana. Ela também chamou atenção para a necessidade de monitoramento do uso de inteligência artificial e câmeras de reconhecimento facial pelas polícias, e ressaltou que o racismo no Brasil varia entre grupos, mas resulta em exclusão social devido ao passado colonialista do país.
Em seu relatório, a relatora da ONU irá destacar a situação em Santa Catarina e recomendar ações para combater o crescimento dos grupos neonazistas e do discurso de ódio na região. A falta de políticas afirmativas e o aumento da intolerância foram questões essenciais levantadas por Ashwini K. P. durante sua visita ao Brasil.