Estudos sobre percepção de risco têm sido realizados desde a década de 1950, mas foi apenas nos anos 1990 que questões efetivas sobre o tema começaram a ser mais exploradas. A percepção de risco é influenciada por fatores como condições econômicas, valores políticos, gênero e familiaridade com o tema em questão. A socióloga Ulrich Beck apontou que a percepção de riscos globais poderia gerar um senso de coletividade, rompendo com a individualização predominante na sociedade atual.
Por exemplo, o risco ambiental tende a ser mais relevante em sociedades onde as preocupações mais básicas, como desemprego e fome, estão sob controle. Da mesma forma, a percepção de riscos ambientais pode variar entre diferentes grupos sociais e de gênero. Mulheres, por exemplo, tendem a ter uma percepção mais acentuada dos riscos ambientais.
Entender a percepção de risco do outro é essencial para promover respostas eficazes diante de situações de perigo. A comunicação desempenha um papel fundamental nesse processo, pois é por meio dela que os riscos são visibilizados e as informações são disseminadas. Combater a desinformação e utilizar as novas tecnologias de comunicação de forma positiva são desafios para a governança dos riscos.
A percepção de risco dos desastres climáticos, em especial, está se tornando cada vez mais relevante devido às mudanças climáticas. O risco de desastres climáticos já está sendo vivenciado por muitas comunidades, em decorrência da frequência e intensidade crescentes dos eventos extremos. Trabalhar para que os riscos associados às crises climáticas sejam percebidos e debatidos é fundamental para promover ações de prevenção eficazes e proteger a população. A comunicação desempenha um papel crucial nesse processo, orientando e mobilizando as pessoas para enfrentar os desafios que se apresentam.