Senado Federal aprova PEC para novas regras de recursos em cotas raciais em partidos políticos em eleições futuras.

O Senado Federal aprovou por maioria a proposta de emenda à Constituição que estabelece novas regras para os partidos políticos na aplicação de recursos destinados às cotas raciais em candidaturas. Durante a sessão plenária desta quinta-feira (15), os senadores analisaram o texto da PEC 9/2023 em dois turnos, com 51 votos favoráveis no primeiro turno e 54 no segundo, resultando na aprovação da emenda.

A proposta aprovada prevê o perdão dos débitos dos partidos que descumpriram a aplicação mínima de recursos em candidaturas de pretos e pardos em eleições passadas. No entanto, para que os débitos sejam cancelados, será necessário investir esses valores em candidaturas de pretos e pardos nas próximas quatro eleições a partir de 2026.

O líder do governo no Senado, senador Jaques Wagner (PT-BA), destacou que a proposta não se trata de anistia partidária, mas sim de uma forma de regularização financeira, retirando juros e multas e parcelando o pagamento dos débitos. Ele ressaltou a importância de incrementar os recursos para as cotas raciais nas próximas eleições.

Já o líder da oposição no Senado, senador Marcos Rogério (PL-RO), admitiu que a questão das cotas raciais foi estabelecida pelo Tribunal Superior Eleitoral em 2020 e não foi amplamente discutida no Parlamento. No entanto, ele considerou a PEC inteligente e viável, alinhada com o objetivo de garantir a representatividade das minorias.

Divergências em relação à proposta foram apresentadas pelo senador Paulo Paim (PT-RS) e pelo senador Eduardo Girão (Novo-CE), que questionaram a falta de debate aprofundado sobre o tema e a concessão de perdão a dívidas de partidos políticos que já possuem recursos significativos.

A PEC aprovada também estabelece a destinação de 30% dos recursos do Fundo Eleitoral e do Fundo Partidário às candidaturas de pessoas pretas e pardas, além de criar um programa de refinanciamento de dívidas específico para partidos políticos. A proposta agora aguarda promulgação pelo Congresso Nacional para entrar em vigor.

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