O momento de glória vivido nos Jogos Olímpicos de Paris pela palavra algoz: ascensão e significado do termo no jornalismo esportivo

O fenômeno da ascensão da palavra “algoz” nas coberturas esportivas dos Jogos Olímpicos de Paris chamou a atenção do jornalista Ingo Ostrovsky, conhecido por seu olhar treinado em diversos eventos esportivos. A utilização do termo algoz no contexto esportivo não é recente, porém atingiu um novo ápice durante as competições olímpicas, gerando um total de 24 ocorrências apenas na Folha, quase duas por dia de disputa.

A imprensa esportiva de forma geral aderiu fervorosamente a esse modismo linguístico, levando a uma profusão do termo em diversos veículos de comunicação. Inclusive, no Jornal Nacional, foi observada a presença de algoz em dose dupla na boca dos apresentadores, algo marcante devido à linguagem concisa e direta do telejornal.

O termo algoz é sinônimo de carrasco, verdugo, representando um indivíduo responsável por executar sentenças de morte ou castigos corporais. Com raízes no século 14, o termo migrou para a língua portuguesa através da ocupação árabe na península Ibérica, evoluindo de um significado burocrático para o sentido figurado de indivíduo cruel, atormentador, assassino.

Na cobertura esportiva, o uso da palavra algoz passou a designar o competidor que derrota outro, muitas vezes sendo associado aos atletas que vencem os brasileiros, gerando expressões como “algoz do Brasil”. Contudo, em situações em que o Brasil é o vencedor, a dramática metáfora do algoz não é tão presente, destacando uma dualidade no uso do termo.

Um dos usos mais marcantes da palavra algoz foi feito por Vinicius Jr. em um tuíte histórico, ao afirmar que não era vítima de racismo, mas sim algoz de racistas, em resposta à condenação de torcedores por insultos raciais. Esse episódio evidencia a força e o impacto da palavra algoz no contexto atual, tornando-a parte integrante do vocabulário esportivo de 2024.

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