Apesar de a área global queimada ter se mantido próximo à média dos anos anteriores, as emissões de gases de efeito estufa causadas pelos incêndios ultrapassaram a média histórica. O total de 8,6 bilhões de toneladas de dióxido de carbono é o sétimo mais alto registrado desde 2003. Esses dados foram divulgados no primeiro relatório State of Wildfires, que analisou os incêndios florestais ao redor do mundo.
O estudo, liderado por pesquisadores de diversas instituições, utiliza inteligência artificial e dados de diversos países para compreender e prever incêndios extremos. Para os pesquisadores, a temporada de incêndios na Amazônia Ocidental foi impulsionada por secas prolongadas associadas ao fenômeno El Niño.
Além disso, os incêndios na região foram influenciados por ações antrópicas, como desmatamento e fragmentação de paisagens naturais. Um dos destaques do estudo foi o aumento da qualidade do ar em Manaus, que atingiu níveis críticos devido aos incêndios na região amazônica.
A pesquisa também apontou eventos extremos em diferentes partes do mundo, como na Venezuela, Bolívia, Peru e Chile, onde um incêndio resultou em pelo menos 131 mortes. Os cientistas alertam para a tendência de aumento na frequência e intensidade dos incêndios florestais até o final do século, especialmente em cenários de altas emissões de gases de efeito estufa.
Com previsões para a temporada de 2024-25 indicando condições propícias para incêndios em diversas regiões do mundo, os pesquisadores ressaltam a importância de atualizar os modelos e preparar estratégias de prevenção para lidar com os impactos desses eventos extremos. A preocupação com as consequências ambientais, socioeconômicas e de saúde pública geradas pelos incêndios florestais é evidente, e medidas urgentes são necessárias para mitigar os danos causados por essas ocorrências cada vez mais frequentes.