Mesmo considerando a margem de tolerância prevista na Lei Complementar 200 de 2023, que permite uma variação de até 0,25% do PIB em relação à meta fiscal, a IFI aponta a necessidade de um superávit primário de R$ 36 bilhões de agosto a dezembro. O relatório também destaca a influência dos juros e das políticas públicas na situação econômica do país, com a possibilidade de aumento da taxa básica de juros pelo Banco Central, dependendo do cenário econômico.
Além disso, a IFI analisa o impacto das políticas públicas em médio prazo e a retomada das vinculações constitucionais dos gastos em saúde, educação e valorização do salário mínimo. No entanto, o relatório aponta que essas medidas podem gerar déficits primários ao longo do período, comprometendo a sustentabilidade fiscal. O RAF, produzido mensalmente pela IFI, oferece análises sobre a macroeconomia, despesas públicas e projeções para os próximos anos.
Criada pelo Senado em 2016 para aumentar a transparência nas contas públicas, a IFI tem como objetivo divulgar estimativas e análises sobre variáveis fiscais e orçamentárias. O economista Marcus Pestana é o diretor-executivo da instituição, que busca garantir o equilíbrio de longo prazo do setor público. Contudo, as projeções do RAF indicam a necessidade de medidas urgentes para conter o déficit e promover a estabilidade fiscal no país.