Os pesquisadores compararam as médias de temperaturas entre o período de 2020 e 2024 com o que era registrado nos anos 1960, evidenciando um aumento significativo nos termômetros em diversas partes do globo. Países como Mali, Níger, Senegal, Sudão do Sul e Emirados Árabes Unidos têm crianças que passam metade do ano ou mais enfrentando temperaturas acima dos 35°C. Em alguns lugares, como o Paraguai, as crianças enfrentam um mês adicional de dias de calor extremo em comparação com o passado.
A diretora executiva do Unicef, Catherine Russell, alertou sobre os impactos do calor extremo nas crianças, destacando que seus corpos são mais vulneráveis a essas condições. Além disso, o estudo apontou que as crianças na África Ocidental e Central enfrentam a maior exposição ao calor extremo. Na América Latina e no Caribe, cerca de 48 milhões de crianças vivem em locais com o dobro de dias acima de 35°C do que em 1960, sendo que no Brasil, esse número chega a cerca de 17 milhões de crianças.
O aumento da intensidade e frequência das ondas de calor em todo o mundo traz consequências sérias para a saúde das crianças, como o estresse térmico, complicações na gestação e maior vulnerabilidade a diversas doenças. Diante desse cenário, o Unicef pediu mais ação por parte dos líderes mundiais para controlar o aumento das temperaturas e reduzir as emissões de gases do efeito estufa.
Com as projeções de que 2024 pode ser o ano mais quente já registrado, as mudanças climáticas representam não apenas um desafio global, mas uma ameaça à saúde e bem-estar das crianças em todo o mundo. É fundamental que medidas urgentes sejam tomadas para garantir um futuro sustentável e saudável para as gerações futuras.