As audiências aconteceram por videoconferência e contaram com a presença dos réus, incluindo o deputado federal Chiquinho Brazão, seu irmão Domingos Brazão, Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, e o major da Polícia Militar Ronald Paulo de Alves Pereira, todos presos e acompanhando as audiências de suas penitenciárias. Robson Calixto Fonseca, conhecido como Peixe e suspeito de fornecer a arma do crime, também é réu no caso.
Durante o depoimento, Catramby abordou a relação dos irmãos Brazão com as milícias das localidades do Rio de Janeiro e como a atuação de Marielle em relação ao direito de moradia e fundiário na região oeste do estado teria sido um dos motivos para o crime. Segundo o delegado, os irmãos Brazão teriam oferecido uma participação nos empreendimentos imobiliários irregulares a Lessa, executor confesso do assassinato.
Além disso, Catramby destacou lacunas nas investigações anteriores realizadas pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, incluindo o fato de que as imagens das câmeras de segurança não abrangiam toda a rota de fuga do veículo utilizado no crime. Ele também mencionou tentativas anteriores de forçar outro miliciano, Orlando Curicica, a assumir a autoria do assassinato.
O depoimento do delegado prosseguiu por várias horas e está programado para continuar até às 19h desta terça-feira. Após as perguntas da Procuradoria-Geral da República, ele poderá ser interrogado pelas defesas dos réus. As audiências de instrução no STF para o caso Marielle estão previstas para continuarem até a próxima sexta-feira.