Segundo relatos, a paciente foi questionada sobre o nome que gostaria de dar ao feto e orientada a apresentar um familiar que concordasse com sua decisão antes de prosseguir com o aborto. A mulher, vítima de violência doméstica e sexual praticada por seu ex-namorado, descobriu a gestação tardiamente e buscou atendimento em hospitais municipais.
Após passar por diferentes profissionais, a paciente enfrentou diversas situações constrangedoras, incluindo questionamentos sobre a aceitação do pai do feto, sugestões de adoção e pressões para manter a gravidez. Consultas médicas foram remarcadas e canceladas, e em uma delas, a paciente foi informada de que teria que arcar com as despesas do funeral do feto.
Mesmo após reafirmar sua decisão pelo aborto, a mulher foi aconselhada a conversar com familiares para tentar mudar de ideia. A Defensoria Pública solicitou um parecer por escrito ao hospital, que não foi fornecido, dificultando o processo de judicialização do caso.
O descaso e a falta de respeito com a paciente levantam questões sobre o acesso ao aborto legal na cidade de São Paulo, especialmente em casos de estupro. A Prefeitura afirmou que atende às demandas por determinação judicial, mas a falta de dados pessoais da paciente dificulta a apuração do caso.
Enquanto aguarda por uma definição, a mulher já está na 29ª semana de gestação, enfrentando dificuldades físicas e psicológicas que podem impactar sua vida acadêmica e profissional. O caso demonstra a urgência de garantir o acesso ao aborto legal de forma respeitosa e humanitária às mulheres que dele necessitam.