A complexidade das investigações envolve fatores humanos, operacionais e da própria aeronave, como o comportamento da tripulação, condições meteorológicas e problemas mecânicos. No caso do acidente em Vinhedo, duas investigações paralelas estão em andamento: uma conduzida pelo Cenipa, órgão vinculado à Força Aérea Brasileira, com o objetivo de prevenir futuros acidentes, e outra de caráter criminal realizada pela Polícia Federal.
A legislação brasileira não é clara sobre a competência para investigar acidentes aéreos, resultando em inquéritos tanto pela PF quanto pela Polícia Civil paulista no acidente em Vinhedo. A perícia técnica foi realizada pelo IC, com apoio do IML, utilizando drones, scanner 3D e fotografias digitais para preservar evidências.
A investigação do Cenipa envolve uma série de etapas, desde a coleta de dados até a análise das caixas-pretas, que podem ser cruciais para prevenir futuros acidentes. Com a finalização do relatório preliminar em cerca de 30 dias, a conclusão do inquérito pode levar um ou dois anos. O relatório final pode demorar ainda mais, como no caso do Air France 447, que levou três anos para ser concluído.
Os processos de responsabilização criminal também podem se estender por anos, como no acidente com o A320 da TAM, onde a denúncia foi feita pelo Ministério Público Federal quatro anos após o ocorrido. A investigação de acidentes aéreos é um trabalho minucioso e essencial para prevenir futuras tragédias, mas que demanda tempo e recursos.