Durante o anúncio feito no ano passado, a presidente do Conselho Curador da Fuvest e vice-reitora da USP, Maria Arminda do Nascimento Arruda, ressaltou a importância de destacar escritoras que, ao longo do tempo, foram vítimas de invisibilidade devido ao fato de serem mulheres. Essa questão da invisibilidade feminina na literatura foi abordada por Lella Malta, fundadora e coordenadora do grupo Escreva, garota!, que atua no apoio, engajamento e capacitação de mulheres que escrevem. Em entrevista durante a Festa Literária Internacional do Pelourinho (Flipelô), em Salvador, Malta destacou a importância de dar voz e espaço para as mulheres na literatura.
Para Antonia Maria da Silva, autora do livro “Sobre Ventos Passados”, a liberdade de escrever é algo que foi negado por muito tempo às mulheres, mas que agora elas estão conquistando. A literatura feminina é vista como uma forma de empoderamento e de expressão, permitindo que as mulheres compartilhem suas emoções e pensamentos com a sociedade.
Outra voz importante no cenário literário feminino é a escritora Gil Lourenço, autora de “O Sal do Amor”. Ela enfatizou que escrever é uma forma de se realizar e se empoderar, além de permitir que as mulheres sejam representadas e representem a si mesmas no mundo da literatura.
Nathalia de Oliveira, autora do livro “Injúria”, desenvolveu sua pesquisa de mestrado sobre os corpos injuriados na escola, abordando as dificuldades enfrentadas pelas mulheres no dia a dia, inclusive no âmbito literário. Ela ressaltou a importância de criar espaços e oportunidades para que as mulheres possam se expressar e ser valorizadas em suas escritas.
Diante desse cenário, é fundamental que haja incentivo e apoio para que as mulheres sejam protagonistas em suas histórias, superando as barreiras que historicamente as limitaram. A literatura feminina não só dá voz às mulheres, mas também transforma realidades e espaços, contribuindo para a construção de uma sociedade mais igualitária e inclusiva.