Ela estava ao lado da vereadora no carro que foi metralhado pelo ex-policial militar Ronnie Lessa, que confessou o crime. Fernanda descreveu a curta rajada de tiros e como Marielle a protegeu, tornando-se seu escudo, impedindo que fosse atingida. Ela também relembrou o momento em que o motorista Anderson Gomes foi atingido e como suas mãos se soltaram do volante após soltar um gemido abafado.
Além disso, Fernanda revelou informações importantes sobre a atuação de Marielle em defesa de pautas de habitação em áreas da zona oeste do Rio de Janeiro, dominadas por milícias. A ex-assessora confirmou que a vereadora fez interlocuções com a Defensoria Pública sobre o tema e realizou agendas nessas regiões.
Segundo a Polícia Federal, o assassinato de Marielle e Anderson foi encomendado pelos irmãos Domingos e Chiquinho Brazão, com a participação de Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil, visando proteger interesses econômicos de milícias e desencorajar atos de oposição política. Essas informações foram baseadas na delação premiada de Ronnie Lessa.
Os réus respondem pelos crimes de homicídio e organização criminosa e estão presos aguardando o desenrolar do processo. As defesas rejeitaram as acusações e arrolaram 70 testemunhas de defesa, tornando o desfecho desse caso ainda mais aguardado. Os depoimentos dos réus estão previstos para o final do processo, mas a presença de Fernanda Chaves trouxe luz a um dos crimes mais emblemáticos da história recente do país.