Segundo informações divulgadas pelo jornal O Estado de S. Paulo e confirmadas pela reportagem, a Anac afirmou que as isenções concedidas não comprometem a segurança de voo, sendo um prazo de adaptação concedido para a certificação de aeronaves estrangeiras de acordo com as normas brasileiras.
No fatídico acidente ocorrido na tarde de sexta-feira, a aeronave da Voepass caiu sobre um condomínio residencial em Vinhedo, interior de São Paulo, resultando na morte de 62 pessoas. A isenção concedida pela Anac permitia que o dispositivo de gravação digital de dados de voo não registrasse diversos parâmetros, como a pressão hidráulica do sistema e outras informações relacionadas à operação da aeronave.
Embora especialistas tenham apontado que a isenção não comprometia a segurança de voo, ela poderia afetar futuras investigações sobre acidentes. A Anac reforçou em nota que as isenções são comuns para permitir a adaptação de aeronaves de outros países às normas brasileiras, considerando as diferentes exigências de cada autoridade de aviação.
A agência afirmou ainda que as decisões tomadas sugerem confiança no Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) para conduzir investigações com base nas informações disponíveis. Em relação à aeronave PS-VPB, a Anac esclareceu que o equipamento de gravação de dados de voo não interfere na operação da aeronave, mas é fundamental para a análise do comportamento da aeronave em situações de acidente.
Portanto, apesar da liberação concedida pela Anac, a questão das isenções de parâmetros de voo em caixas-pretas de aeronaves continua sendo um tema relevante para a segurança aérea e a investigação de acidentes no Brasil.