Segundo o especialista, a atividade pericial é dividida em duas vertentes cruciais: um grupo dedicado à identificação das vítimas e outro focado na investigação do acidente aéreo para fins criminais. Palhares ressaltou que, no primeiro momento, o foco principal é a identificação das vítimas, um trabalho realizado em colaboração com as agências estaduais.
Durante a entrevista, Palhares discorreu sobre os três principais métodos de identificação utilizados no processo: a impressão digital, a análise odontológica da arcada dentária e os exames genéticos. Em casos excepcionais, também pode ser realizado um exame antropológico, caso haja placas ortopédicas ou alguma característica médica nos corpos.
O perito enfatizou a importância dos cuidados especiais durante o trabalho de remoção dos corpos, destacando o uso de vestes de proteção biológica devido às condições específicas do local afetado pelo incêndio causado pelo acidente. Ele ressaltou que, apesar da complexidade do caso, a condição dos corpos não deve ser um fator impeditivo para a identificação, pelo menos para aqueles que já foram removidos.
Além disso, Palhares mencionou o suporte oferecido às famílias das vítimas, com um local adequado próximo ao Instituto Médico Legal de São Paulo com apoio psicológico para recebê-las. Durante esse processo, são coletadas informações que auxiliarão na identificação, seguindo protocolos internacionais.
Por fim, o perito concluiu ressaltando que não é possível estabelecer um prazo para a conclusão do processo de identificação, mas assegurou que os melhores profissionais da Polícia Federal e da Superintendência de Polícia Técnica de São Paulo estão empenhados em realizar a identificação o mais brevemente possível para permitir a devolução dos corpos às famílias enlutadas.