A análise feita nos laboratórios do Instituto Evandro Chagas, em Belém, revelou a presença de material genético do vírus em diferentes tecidos do bebê, que nasceu com microcefalia, malformações articulares e outras anomalias congênitas. O Ministério da Saúde ressaltou a importância de investigar mais a fundo essa correlação da contaminação vertical por febre do Oropouche com tais anomalias, afirmado que essa questão está sendo acompanhada pelo governo federal e pela Secretaria de Saúde do Acre.
Diante do ineditismo dos recentes registros de casos de transmissão vertical de Oropouche, o Ministério da Saúde pretende realizar um seminário científico nacional sobre o assunto na próxima semana, após evento semelhante realizado em parceria com a Secretaria de Saúde de Pernambuco. Uma nota técnica atualizada sobre a doença será enviada aos estados e municípios, incluindo diretrizes relacionadas à metodologia de análise laboratorial, vigilância e assistência em saúde, com orientações específicas para gestantes e recém-nascidos.
Além disso, o ministério deve publicar em breve um Plano Nacional de Enfrentamento às Arboviroses, abrangendo dengue, Zika, chikungunya e febre do Oropouche. A febre do Oropouche é transmitida pelo mosquito Culicoides paraensis, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora, e medidas de prevenção estão sendo enfatizadas, incluindo a manutenção de quintais limpos e o uso de roupas compridas e sapatos fechados em áreas propensas à presença desses insetos.
Dados do Ministério da Saúde indicam que até o início de agosto deste ano foram registrados 7.497 casos de febre do Oropouche em 23 estados brasileiros, com a maior incidência no Amazonas e em Rondônia. Duas mortes foram confirmadas na Bahia, e um óbito em Santa Catarina está sob investigação. A gravidade desse caso reforça a importância de medidas preventivas e de maior atenção às arboviroses em território nacional.