As reitorias das instituições de ensino superior já estão calculando o impacto dessa redução de verbas, prevendo dificuldades para pagar despesas básicas e manter programas de assistência estudantil. O Ministério da Educação justifica que está apenas seguindo a programação orçamentária do governo, sem fornecer maiores detalhes sobre as consequências desse bloqueio.
Embora nenhum valor tenha sido retirado das universidades, houve uma diminuição no limite de gastos por meio do congelamento de repasses. Além disso, os bloqueios se concentraram principalmente em emendas parlamentares destinadas às universidades e que ainda não haviam sido empenhadas até uma data específica.
Na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), por exemplo, foram retidos R$ 29 milhões pelo Tesouro Nacional. O governo federal prometeu duas janelas para a liberação desses valores bloqueados, mas as instituições já estão sentindo os impactos financeiros imediatos.
Para a Universidade Federal de Catalão (Ufcat), em Goiás, a situação é ainda mais delicada. O contingenciamento de mais de R$ 3 milhões deve antecipar uma situação crítica para agosto, inviabilizando o pagamento de despesas operacionais e assistência estudantil.
A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) está em diálogo com o governo para buscar uma solução para esse bloqueio. Enquanto isso, outras universidades, como a Universidade Federal do Oeste da Bahia (Ufob) também estão sofrendo com o bloqueio de recursos, o que coloca em risco o funcionamento e a continuidade das atividades acadêmicas.
Essa medida do governo do ex-presidente Lula acontece em um momento de crise nas universidades federais, que enfrentam obras paradas, projetos abandonados e falta de recursos para custeio. O anunciado PAC de R$ 5,5 bilhões para algumas dessas obras ainda é considerado insuficiente pelos reitores das instituições.
O bloqueio orçamentário também está afetando outras universidades federais pelo país, que ainda estão calculando os danos e aguardando a promessa do governo de liberar o dinheiro a partir de outubro. Enquanto isso, os estudantes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) organizam protestos contra o bloqueio de recursos que ameaçam o funcionamento da instituição.