As ações do Nubank registraram uma queda de 5,2% na Bolsa de Nova York na sexta-feira, após o UBS BB reduzir a recomendação de compra para neutra. Esta foi a segunda redução em duas semanas, seguindo um movimento semelhante do JPMorgan. Ambos os bancos apontaram como motivo principal para a mudança a falta de espaço para valorização das ações.
Em um relatório enviado aos clientes, o analista Thiago Batista, do UBS BB, afirmou que a avaliação de mercado de US$ 57 bilhões precifica todas as iniciativas atuais do Nubank. Ele ressaltou que, apesar de novos produtos ou uma expansão para outros países poderem trazer crescimento, os resultados desses movimentos podem demorar para aparecer.
Além disso, recentemente Yuri Fernandes, do JPMorgan, destacou que o espaço para crescimento do Nubank no segmento de baixa renda no Brasil está se tornando mais limitado. Ele enfatizou a necessidade de crescimento também nas classes média e alta para sustentar a expansão da fintech.
No entanto, as ações do Nubank ainda acumulam uma alta de quase 31% em Nova York este ano. Nas últimas quatro semanas, no entanto, apresentaram uma queda de aproximadamente 12%, devido tanto às reduções de recomendação como à percepção negativa em relação aos índices de inadimplência da carteira da empresa.
Os investidores agora estão atentos aos atrasos nos pagamentos, depois que o Banco Central divulgou dados em relação às instituições financeiras em maio. A carteira de créditos classificada com notas de crédito mais baixas aumentou sua participação na carteira total do Nubank, o que levantou preocupações sobre possíveis novas provisões e desaceleração do crescimento da carteira.
Os analistas também estão de olho no aumento da inadimplência da carteira, que vem crescendo enquanto os grandes bancos mantêm seus índices estáveis ou em queda. O Nubank, por sua vez, tem mantido a estratégia de focar no crescimento e não na redução da inadimplência, o que tem gerado certa tensão no mercado devido aos altos múltiplos das ações.
Em resumo, apesar dos desafios e das incertezas, o Nubank ainda mantém sua posição de destaque no mercado financeiro, mas terá que enfrentar obstáculos como a inadimplência e a competição cada vez mais acirrada no setor. Vamos aguardar os próximos capítulos para ver como a fintech lidará com essas questões e se conseguirá retomar sua posição como a instituição mais valiosa da América Latina.