Além desse caso, o Ministério da Saúde ainda investiga outros oito casos de transmissão vertical de Oropouche, sendo quatro em Pernambuco, um na Bahia e três no Acre. Quatro desses casos resultaram em óbito fetal e os outros quatro apresentaram anomalias congênitas, como a microcefalia. As secretarias estaduais de saúde e especialistas estão analisando esses casos em conjunto com o Ministério da Saúde para determinar se há uma relação direta entre Oropouche e malformações ou abortamentos.
Até o momento, foram registrados 7.286 casos de Oropouche em 21 estados brasileiros, com destaque para os estados do Amazonas e Rondônia. Um caso de óbito em Santa Catarina também está sob investigação. Recentemente, foram confirmados os dois primeiros óbitos pela doença no país, ambos em mulheres jovens da Bahia que apresentaram sintomas semelhantes a um quadro de dengue grave, apesar de não terem comorbidades.
A transmissão da febre do Oropouche ocorre principalmente por meio do vetor Culicoides paraensis, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora. No ciclo urbano, os seres humanos são os principais hospedeiros, sendo o mosquito Culex quinquefasciatus capaz de transmitir o vírus. O Ministério da Saúde está monitorando a situação do Oropouche em tempo real e em breve publicará um plano nacional de enfrentamento às arboviroses, incluindo a febre do Oropouche, dengue, zika e chikungunya.
O ministério também irá fornecer orientações sobre medidas de proteção para evitar a exposição aos insetos transmissores, como uso de roupas compridas, repelentes e limpeza de áreas propícias à proliferação desses vetores. A população deve estar atenta a sinais e sintomas compatíveis com arboviroses, como febre, dor muscular e dor de cabeça, buscando atendimento médico ao identificar tais sintomas.