A decisão da Uerj de realizar esses cortes é justificada pela dificuldade de obter recursos necessários para manter os programas de auxílio. A instituição alega que as bolsas de apoio à vulnerabilidade foram criadas de forma emergencial durante a pandemia e, diante da insuficiência orçamentária, precisam ser revisadas para não afetar os mais vulneráveis.
Mesmo com o aumento de 15% no repasse da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação para este ano, os estudantes argumentam que o orçamento ainda é insuficiente para suprir as necessidades da universidade. Mariola Souza, aluna de ciências sociais e uma das líderes da ocupação da reitoria, destaca que a luta dos estudantes é por mais recursos e contra a política de destruição da Uerj.
Após uma reunião com a gestão da universidade, os estudantes cobraram a revogação das mudanças na política de bolsas, sendo que a reitoria negou o pedido, alegando danos ao patrimônio causados pela ocupação. Um novo encontro foi marcado para discutir o impasse.
A Uerj, fundada em 1930, é uma das maiores universidades do país, com campi em nove cidades do Rio de Janeiro e 43 mil alunos. A instituição foi pioneira no Brasil ao adotar um sistema de cotas em seu vestibular em 2003. O cenário de protestos contra os cortes nos programas de auxílio permanência reflete a preocupação dos estudantes com a garantia de acesso à educação superior de qualidade e inclusiva.