No mês anterior, o Copom havia interrompido a sequência de cortes de juros, que vinha ocorrendo desde agosto do ano passado. Entre esse período, era reduzido 0,5 ponto percentual a cada reunião, até o corte de 0,25 ponto percentual registrado em maio.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) expressou preocupação com a decisão de manter a taxa de juros, argumentando que isso resulta em altos custos de crédito e restringe a atividade econômica do Brasil. O presidente da CNI, Ricardo Alban, destacou a importância de retomar os cortes na Selic para reduzir o custo financeiro das empresas e consumidores.
Por outro lado, a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) acredita que a incerteza fiscal compromete a redução da Selic e que a manutenção da taxa reflete um cenário de incertezas econômicas e pressões inflacionárias. A instituição defende que a retomada dos cortes de juros depende do equilíbrio das contas públicas.
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) apoiou a decisão do Copom, destacando a conjuntura de câmbio pressionado, inflação acelerada e incertezas fiscais como motivos para a manutenção da Selic. A Confederação Nacional do Comércio (CNC), embora considere a medida prejudicial ao setor produtivo, reconhece sua importância para a estabilização do cenário macroeconômico.
No entanto, a Força Sindical criticou a decisão do Copom, classificando-a como absurda e afirmando que taxas de juros mais altas beneficiam os especuladores em detrimento da produção, consumo e geração de empregos. A instituição ressaltou que os altos pagamentos de juros pelo governo limitam os investimentos em setores fundamentais como educação, saúde e infraestrutura.
Em suma, a manutenção da Selic em 10,5% ao ano continua gerando debates e opiniões divergentes entre as instituições ligadas aos setores econômicos do Brasil, refletindo a complexidade e desafios enfrentados pela economia do país.