A situação se agravou a ponto de o jovem ser internado pela oitava vez em uma UTI. A família de Mateus, no entanto, alega que a prefeitura de Mauá se recusa a realizar o procedimento cirúrgico para a substituição da bateria do VNS, apesar de ser um procedimento coberto pelo SUS. Em contrapartida, a prefeitura nega a falta de assistência, afirmando ter encaminhado o adolescente para uma unidade especializada do Estado.
A demora na troca da bateria do VNS preocupa a médica Daniela Bezerra, que acompanha Mateus há quase sete anos. Segundo ela, a falta do dispositivo pode agravar as crises epiléticas do adolescente, colocando-o em risco de complicações graves, como a morte súbita por epilepsia. Além disso, a médica ressalta a eficácia do VNS em casos como o de Mateus, destacando a redução significativa das crises quando o dispositivo está em funcionamento.
Por sua vez, a mãe de Mateus, Graziela Camila Aparecida Nascimento, demonstra preocupação com a falta de apoio das autoridades e a dificuldade em obter medicamentos de alto custo para o tratamento do filho. A família, que antes contava com um plano de saúde privado, hoje depende do SUS e da Defensoria Pública para garantir o acesso ao tratamento adequado.
Diante desse cenário delicado, o Ministério da Saúde foi procurado para comentar o caso de Mateus, mas até o fechamento desta reportagem, não havia dado uma resposta definitiva. A situação do adolescente de Mauá evidencia a importância de políticas públicas eficientes e acessíveis para garantir o tratamento adequado a pacientes com doenças complexas como a epilepsia grave. A espera pelo restabelecimento do VNS de Mateus coloca em destaque a necessidade de agilidade e suporte às famílias que enfrentam desafios de saúde tão delicados.