Peritos intensificam trabalho de identificação em desastres com número elevado de mortes, seguindo protocolos internacionais e obtendo alto índice de sucesso.

Recentemente, o Brasil foi palco de diversos eventos trágicos que resultaram em um grande número de mortes. Desde enchentes no Rio Grande do Sul até o rompimento da barragem de Brumadinho, em Minas Gerais, passando pela queda do voo da Air France, as autoridades tiveram que lidar com a complexa tarefa de identificar as vítimas desses desastres.

Nesses momentos de crise, os servidores responsáveis pela identificação dos corpos enfrentam um desafio árduo. Com um grande volume de cadáveres chegando simultaneamente aos necrotérios, a capacidade de atendimento é posta à prova, principalmente em cidades menores que muitas vezes não possuem espaço suficiente para armazenar tantos corpos.

Para lidar com essa situação extrema, os peritos adotam o protocolo DVI (Identificação de Vítimas de Desastres, em inglês), que prioriza a identificação das vítimas em detrimento da causa da morte. Esse protocolo estabelece um planejamento prévio para que cada servidor saiba exatamente qual é sua função, desde o médico legista que examina o cadáver até o assistente social responsável por avisar os familiares das vítimas identificadas.

A utilização desse protocolo foi essencial em desastres recentes, como as enchentes no Rio Grande do Sul, onde 99% das vítimas puderam ser identificadas. O trabalho conjunto de cinco servidores, que coletaram material genético, impressão digital e analisaram a arcada dentária de cada corpo, foi fundamental para o sucesso desse processo.

Em situações como a tragédia de Brumadinho, onde os corpos foram fragmentados pela força da lama, os peritos enfrentaram dificuldades adicionais. A necessidade de identificar algumas vítimas mais de uma vez destacou a importância de seguir rigorosamente o protocolo de identificação.

Esses eventos trágicos serviram não apenas para evidenciar a importância do protocolo DVI, mas também para impulsionar melhorias e ampliações na sua adoção pelas autoridades brasileiras. A identificação das vítimas em desastres de grande escala é um desafio complexo, mas graças ao trabalho incansável dos servidores e ao uso eficiente desse protocolo, é possível dar um desfecho digno às famílias enlutadas.

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