Seu trabalho foi reconhecido e homenageado com a criação da “Lei Dona Chiquinha”, que reconhece as benzedeiras e suas práticas de cura religiosa como patrimônio cultural imaterial do estado. Chiquinha era conhecida não só por suas rezas, mas também por sua participação ativa em manifestações culturais, como o pastoril, uma tradição que ela mantinha viva desde os seus 20 anos.
Além disso, Chiquinha era uma mulher de muitos talentos, atuando também como parteira e artesã. Mesmo enfrentando problemas de visão e a avançada idade, ela nunca deixou de cumprir seus compromissos e sempre se mostrou firme e animada. Seu neto, Pai Francisco, relembra com carinho a alegria e a força de sua avó, que era um exemplo de coragem e determinação.
Nascida em 1910, Chiquinha cresceu em meio a uma família numerosa, mudando-se para São Gonçalo do Amarante ainda na infância. Casada com Pedro Pegado, teve 14 filhos e enfrentou as dificuldades da vida com muita garra e trabalho árduo. Mesmo depois de ter saído de casa, ela nunca perdeu o contato com suas raízes e sempre se manteve ativa na comunidade.
Sua morte, aos 114 anos, deixou saudades em todos que a conheceram. Em seu último aniversário, uma alvorada foi organizada em sua homenagem, mostrando o quanto ela era querida e respeitada em sua cidade. Com cinco filhos, 24 netos e muitos bisnetos e tataranetos, o legado de Chiquinha permanece vivo na memória de todos aqueles que tiveram a oportunidade de conhecê-la.