A revogação da Lei do Espanhol em 2017, durante o governo Temer, foi o primeiro golpe contra a obrigatoriedade do ensino do idioma. E agora, no terceiro governo de Lula, um projeto de reforma do ensino médio que previa a volta da obrigatoriedade do espanhol foi alvo de intensos debates. A disputa entre a Câmara e o Senado sobre a inclusão do espanhol no currículo escolar foi influenciada por questões diplomáticas entre países favoráveis e contrários à medida.
Para os defensores da obrigatoriedade do espanhol, como a professora Monica Nariño, a decisão de não tornar o idioma obrigatório representa um retrocesso no processo de integração latino-americana. No entanto, o deputado Mendonça Filho justificou a retirada da obrigatoriedade com base na necessidade de foco em disciplinas consideradas mais essenciais, como Matemática e Português.
A questão do ensino de espanhol no Brasil remonta a várias décadas, desde iniciativas nos governos de Juscelino Kubitscheck e Getúlio Vargas até a promulgação de leis de diretrizes educacionais que estabeleciam a obrigatoriedade ou preferencialidade da língua. Atualmente, um novo projeto de lei tramita na Câmara, buscando mais uma vez a obrigatoriedade do ensino de espanhol no país.
Diante dos diferentes interesses e argumentos em jogo, a discussão sobre a obrigatoriedade do espanhol no Brasil continua sendo um tema relevante e controverso no cenário educacional nacional. A decisão final sobre a inclusão ou não do idioma no currículo escolar permanece em aberto, aguardando a sanção presidencial e levantando questionamentos sobre o papel do ensino de línguas estrangeiras na formação dos estudantes brasileiros.