Ministério da Saúde confirma duas mortes por febre oropouche no Brasil, sem histórico na literatura científica mundial

O Ministério da Saúde anunciou nesta quinta-feira (25) a confirmação de dois casos fatais de febre oropouche no território brasileiro. A novidade representa um marco, já que não havia registros de óbitos causados pela doença na literatura científica global. As vítimas eram duas mulheres residentes no interior da Bahia, com menos de 30 anos e sem histórico de comorbidades. Ambas apresentaram sintomas semelhantes aos da dengue grave, o que acende o alerta para o potencial letal do vírus.

Além dos casos fatais na Bahia, há uma morte em investigação em Santa Catarina, além de quatro casos de interrupção de gestação e dois de microcefalia em bebês suspeitos de estarem relacionados à febre oropouche em Pernambuco, Bahia e Acre. Por outro lado, foi descartada qualquer ligação da doença com uma morte no Maranhão. Essa série de eventos levou o Ministério da Saúde a emitir uma nota técnica recomendando o fortalecimento da vigilância em saúde e da conscientização da população sobre a arbovirose.

A detecção do genoma do vírus em um caso de morte fetal e de anticorpos em amostras de recém-nascidos com microcefalia detalha a gravidade da situação e a necessidade de medidas preventivas urgentes. Mesmo sem evidências científicas robustas sobre a transmissão vertical do vírus de uma mãe infectada para o bebê durante a gestação, a pasta reconhece a importância de intensificar a discussão e ações de enfrentamento à febre oropouche.

Em 2023, houve um significativo aumento nos registros da doença, totalizando 7.236 casos em 20 estados brasileiros, especialmente concentrados no Amazonas e Rondônia. A febre oropouche é transmitida principalmente pela picada de mosquitos, como o maruim (Culicoides paraensis) e Culex. Os sintomas podem ser confundidos com os da dengue, incluindo febre súbita, dores de cabeça e musculares, entre outros.

Apesar de não haver tratamento específico para a febre oropouche, a terapia atual foca na redução dos sintomas. A evolução benigna da maioria dos casos traz esperança em meio aos desafios impostos pela propagação do vírus. Ainda assim, a situação demanda atenção, prevenção e pesquisa para conter a disseminação e impactos da doença no país.

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