Além dos casos fatais na Bahia, há uma morte em investigação em Santa Catarina, além de quatro casos de interrupção de gestação e dois de microcefalia em bebês suspeitos de estarem relacionados à febre oropouche em Pernambuco, Bahia e Acre. Por outro lado, foi descartada qualquer ligação da doença com uma morte no Maranhão. Essa série de eventos levou o Ministério da Saúde a emitir uma nota técnica recomendando o fortalecimento da vigilância em saúde e da conscientização da população sobre a arbovirose.
A detecção do genoma do vírus em um caso de morte fetal e de anticorpos em amostras de recém-nascidos com microcefalia detalha a gravidade da situação e a necessidade de medidas preventivas urgentes. Mesmo sem evidências científicas robustas sobre a transmissão vertical do vírus de uma mãe infectada para o bebê durante a gestação, a pasta reconhece a importância de intensificar a discussão e ações de enfrentamento à febre oropouche.
Em 2023, houve um significativo aumento nos registros da doença, totalizando 7.236 casos em 20 estados brasileiros, especialmente concentrados no Amazonas e Rondônia. A febre oropouche é transmitida principalmente pela picada de mosquitos, como o maruim (Culicoides paraensis) e Culex. Os sintomas podem ser confundidos com os da dengue, incluindo febre súbita, dores de cabeça e musculares, entre outros.
Apesar de não haver tratamento específico para a febre oropouche, a terapia atual foca na redução dos sintomas. A evolução benigna da maioria dos casos traz esperança em meio aos desafios impostos pela propagação do vírus. Ainda assim, a situação demanda atenção, prevenção e pesquisa para conter a disseminação e impactos da doença no país.