Alunos da rede pública paulista, eles estão se preparando para realizar o Enem no final do ano, com planos de cursar diferentes áreas do conhecimento. Larissa ainda não decidiu qual carreira seguir, Gabriel pretende cursar Direito e Guilherme planeja Licenciatura em História, com o objetivo de retornar à escola de Paraisópolis para lecionar e contribuir para a redução da carência de professores.
Durante a execução do novo modelo de ensino médio, os jovens apontaram diversas dificuldades, como falta de investimento em estrutura, confusão na escolha das matérias devido aos itinerários formativos e aulas que não dialogavam com seus interesses. Guilherme, por exemplo, expressou o desejo de ter tido mais acesso a disciplinas específicas, como História, Geografia, Química e Biologia.
A reforma do ensino médio, implantada em 2017 durante o governo Michel Temer, foi alvo de críticas e pressões por mudanças. Após negociações e ajustes, o governo Lula apresentou um novo projeto que foi aprovado no início de julho e entrará em vigor a partir de 2025, aumentando a grade curricular comum e restringindo os itinerários.
Professores do cursinho popular em Paraisópolis ressaltam a importância de um olhar mais direcionado do poder público para a realidade da periferia, destacando a necessidade de formação dos professores para lidar com os desafios enfrentados pelos estudantes. A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo afirmou ter reformulado o currículo do ensino médio e investido em melhorias na estrutura das escolas.
Dessa forma, a jornada desses jovens reflete não apenas a superação dos desafios enfrentados durante a pandemia e no novo modelo de ensino médio, mas também evidencia a importância de políticas educacionais que atendam às reais necessidades e expectativas dos estudantes da rede pública.