Privatização da Sabesp: Tarcísio de Freitas entrega empresa nas mãos da Equatorial, gerando críticas e dúvidas sobre o futuro da água em São Paulo.

Na última semana, um evento marcante marcou a privatização da água dos paulistas. Com direito a chuva de papel, sorriso estampado e campainha, Tarcísio de Freitas entregou a superavitária Sabesp nas mãos da única empresa interessada em atuar como acionista de referência. Essa empresa ofereceu um valor 20% inferior ao preço atual do papel da companhia e possui pouca experiência no setor de saneamento básico, com seu principal destaque sendo a atuação no Amapá, que conta com apenas 82 mil clientes. Além disso, no setor de distribuição de energia, a empresa foi a pior avaliada entre 29 grandes concessionárias distribuidoras em 2023.

A privatização da Sabesp levantou questionamentos sobre a venda de um recurso tão vital como a água, que é considerado um direito elementar. Defensores da privatização argumentam que a gestão privada pode trazer mais eficiência, mas vale ressaltar que água não é uma mercadoria, mas sim um direito humano. A privatização também levantou dúvidas quanto aos objetivos financeiros e de universalização do serviço. Enquanto a Sabesp obteve um lucro líquido significativo em 2023, o governo paulista arrecadou uma quantia menor do que o esperado com a venda da empresa. Além disso, a meta de universalização até 2029 levanta dúvidas sobre a viabilidade do prazo, considerando a ampla cobertura da rede de água e esgoto em São Paulo.

A privatização da Sabesp gerou críticas por parte da população, sendo que a maioria dos moradores de São Paulo se posicionou contra a transferência da empresa para a iniciativa privada. A falta de diálogo com a população e a decisão tomada de forma apressada também foram pontos levantados. Resta agora aguardar para ver os resultados dessa privatização e se realmente trará benefícios para a população paulista, ou se será necessário rever essa decisão no futuro.

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