Prefeito de Mariana reclama da exclusão dos municípios nas negociações do acordo de reparação da tragédia da Samarco.

O prefeito de Mariana, Celso Cota (MDB), está insatisfeito com a falta de envolvimento dos municípios nas negociações em andamento entre a União, os governos de Minas Gerais e Espírito Santo e a mineradora Vale. Em declaração à imprensa, Cota afirmou que o município de Mariana foi excluído das últimas negociações e enfatizou a necessidade de uma abordagem diferenciada no acordo de reparação dos danos causados pelo desastre que ocorreu em novembro de 2015.

Naquele ano, o rompimento de uma barragem da empresa Samarco, controlada pela Vale e pela BHP Billiton, resultou em uma tragédia que afetou profundamente a cidade de Mariana, incluindo a destruição de um de seus distritos, Bento Rodrigues, e a contaminação da bacia do rio Doce até o oceano. Dezenove vidas foram perdidas nesse desastre.

O prefeito enfatizou que Mariana foi o epicentro da tragédia e que a cidade suportou os impactos mais severos do desastre. Ele assumiu o cargo em 2023 e desde então tem lutado para garantir que o município seja adequadamente compensado pelos danos sofridos. As estimativas da prefeitura apontam que são necessários bilhões de reais para a recuperação completa da cidade e a diversificação de sua economia, ainda fortemente dependente da mineração.

As negociações entre as partes envolvidas avançaram nos últimos meses, com propostas e contrapropostas sendo discutidas. O governo federal e as mineradoras anunciaram publicamente valores a serem pagos em um período de doze anos, com a expectativa de ampliar esses montantes. No entanto, a Vale não se manifestou oficialmente sobre o assunto.

O Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal questionando a constitucionalidade da participação dos municípios brasileiros em processos judiciais no exterior, o que gerou tensão com o governo federal. Enquanto isso, as negociações continuam no Brasil, com a expectativa de um acordo ser alcançado até agosto.

O Consórcio Público de Defesa e Revitalização do Rio Doce reivindica uma parcela significativa dos recursos para os municípios afetados, incluindo Mariana. O prefeito Cota ressaltou que a população da cidade cresceu consideravelmente desde a tragédia, devido à contratação de trabalhadores para as obras de reparação. No entanto, ele alertou sobre os desafios socioeconômicos enfrentados pela cidade devido à falta de investimentos.

Em resumo, as negociações em andamento visam garantir que os municípios afetados pelo desastre de Mariana sejam devidamente compensados e que medidas sejam tomadas para evitar que uma tragédia semelhante ocorra no futuro. A expectativa é que um acordo final seja alcançado em breve, após intensas discussões entre as partes envolvidas.

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