O acordo, assinado em Pequim, prevê a formação de um governo interino com a participação de todos os grupos para reconstruir Gaza e realizar uma eleição geral. O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, mediou as negociações, que resultaram em uma declaração conjunta dos 14 grupos palestinos comprometendo-se com a solução de dois Estados, conforme as resoluções da ONU.
O presidente da Federação Árabe Palestina no Brasil, Ualid Rabah, ressaltou que a unidade nacional é fundamental para a libertação da Palestina. Ele destacou que o acordo foi realizado em um contexto de mudança geopolítica, com a ascensão do mundo multipolar representado pelos Brics, que estão redesenhando o cenário internacional e apoiando a questão palestina.
Historicamente divididos desde a guerra civil de 2005, que separou Gaza do Fatah e a Cisjordânia do Hamas, os grupos políticos palestinos finalmente conseguiram superar suas diferenças em prol de uma causa maior. A guerra em Gaza foi um catalisador para encerrar as disputas internas e fortalecer a resistência contra a ocupação israelense.
Por outro lado, o governo israelense condenou o acordo, criticando a aproximação do Fatah com o Hamas. O chanceler israelense Israel Katz afirmou que a segurança de Israel permanecerá nas mãos do país e desconsiderou a legitimidade do governo do Hamas.
A comunidade internacional, representada pelos Estados Unidos, expressou preocupação com a decisão da CIJ de considerar ilegal a ocupação israelense nos territórios palestinos. Apesar das divergências, os grupos palestinos reafirmaram seu compromisso com o direito internacional e a busca por uma solução pacífica para o conflito.